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12 de outubro de 2017

O BURACO


Ando pela rua.
Há um buraco fundo na calçada
Eu caio
Estou perdido… sem esperança.
Não é culpa minha.
Levo uma eternidade para encontrar a saída.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim levo um tempão para sair.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada
Vejo que ele ali está
Ainda assim caio… é um hábito.
Meus olhos se abrem
Sei onde estou
É minha culpa.
Saio imediatamente.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada
Dou a volta.
Ando por outra rua.

Compilado e adaptado por: José Carlos Manoel de Toledo
Bibliografia: SogyalRinpoche em O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, Editora Palas Athena, São Paulo, 1999

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